quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BBB


Eu entendo que o BBB vai sempre ser objeto de críticas
por  mostrar um monte de defeitos humanos,
como a inveja, a cobiça desmedida, o narcisismo levado a último grau,
o interesse conjugado com esperteza buscando vitórias pessoais,
a falta de conteúdo nas conversas da casa (poesia, nem pensar),
mas o que me incomoda mesmo é saber que o cenário descrito acima,
muitas vezes se parece com a paisagem de nosso cotidiano
e que a fragilidade de todos nós fica evidente quando nos olhamos no espelho
e a imagem que nos alcança é a de alguém que busca pequenas vitórias,
que vai atrás da felicidade que for possível e que das pessoas espera
que o amor chegue em brasas e que nunca mais nos deixe sozinhos.
Então quando penso o quanto somos falíveis,
o quanto que deixamos a doçura escapar de nossas mãos...
Quando penso na brevidade dos encontros,
eu abro mão de criticar um programa de tv,
que em primeira instância é pensado, dirigido e produzido
por pessoas que também se emocionam, que comemoram datas,
que levam sonhos na bagagem, igualzinho a todo mundo.
O que acontece na casa faz parte da vida também.
Não tenho a pretensão de ser melhor do que ninguém.

 Marcelo Ottoni Cardoso de Menezes

3 comentários:

  1. O propósito da veiculação de um reality show na TV é econômico sem dúvida e satisfaz os apetites vorazes dos voyeurs de plantão, o que todos nós somos em maior ou menor grau. Participamos de redes sociais, nos exibimos, assistimos à novela cotidiana da vida dos nossos semelhantes e compartilhamos as nossas impressões e opiniões o que é altamente saudável. Você nos propôs a questionar em que medida estamos sendo preconceituosos, segregadores e arrogantes. Ocupamos os espaços nesta Babel que é a nossa sociedade , ora vitoriana, ora liberal. Uma aldeia globalizada, automatizada e imediatista. A superficialidade permeia a vida de todos. Críticas são bem vindas porque não somos iguais, vivemos uma realidade plural, mas em que medida estamos sendo inclusivos de verdade? Negar que um ou outro ponto de vista possa vir à tona, nos afasta da possibilidade de questionar o quanto estamos inseridos nesta exposição de misérias humanas, as mesmas que nos nivelam. É penoso admitir as nossas pequenas mesquinharias, fazer esse exercício de humildade, mas fechar os olhos para a realidade é pobreza de espírito.
    Achei a letra da música “ Somos Quem Podemos Ser” do Engenheiros do Hawaii dos anos 80 que falava de um momento de abertura política em que experimentamos uma inebriante embriaguez de liberdade. De repente,"podíamos tudo” ilusoriamente. A reflexão que esta música nos proporciona é muito pertinente e divido com todos.
    Letra da música “ Somos Quem Podemos Ser” do Engenheiros do Hawaii
    “Um dia me disseram
    Que as nuvens não eram de algodão
    Um dia me disseram
    Que os ventos às vezes erram a direção
    E tudo ficou tão claro
    Um intervalo na escuridão
    Uma estrela de brilho raro
    Um disparo para um coração
    A vida imita o vídeo
    Garotos inventam um novo inglês
    Vivendo num país sedento
    Um momento de embriaguez
    Nós
    Somos quem podemos ser
    Sonhos que podemos ter
    Um dia me disseram
    Quem eram os donos da situação
    Sem querer eles me deram
    As chaves que abrem essa prisão
    E tudo ficou tão claro
    O que era raro ficou comum
    Como um dia depois do outro
    Como um dia, um dia comum
    A vida imita o vídeo
    Garotos inventam um novo inglês
    Vivendo num país sedento
    Um momento de embriaguez
    Nós
    Somos quem podemos ser
    Sonhos que podemos ter
    Um dia me disseram
    Que as nuvens não eram de algodão
    Um dia me disseram
    Que os ventos às vezes erram a direção
    Quem ocupa o trono tem culpa
    Quem oculta o crime também
    Quem duvida da vida tem culpa
    Quem evita a dúvida também tem
    Somos quem podemos ser
    Sonhos que podemos ter”


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  3. Nathy, você tocou em questões viscerais do cotidiano. Não temos tempo para dedicar um olhar mais generoso para a vida. E o cenário que sobra, abriga retalhos de nossa humanidade; restos de um afeto que deixa os sonhos escaparem por entre os dedos. Beijos. Obrigado pelo comentário.

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