Pra acompanhar os meus sonhos,
Marina
canta uma linda canção.
Pra
acompanhar meus impulsos
a
vida descobre, revela, descortina.
Faz
de mim uma pele nova,
inaugura
células,
inventa
histórias boas de se ouvir.
Eu
gosto da vida porque não tenho pra onde ir,
porque
não temo surpresas.
Às
vezes vozes me falam,
indicam
caminhos, apontam tesouros.
Às
vezes sigo nuvens,
brinco
com a mudança
das
formas de algodão.
Eu
gosto da vida
porque
ela não junta teia
e
me acorda todo dia de manhã
"Eu gosto da vida porque não tenho para onde ir..."
ResponderExcluirEsta frase já convida pra festa,
namorar ao som de guitarras enluaradas,
sonhar com a luz que desgoverna as manhãs.
Ouvir a seresta desvairada que incendeia e entontece.
Vamos nos embalar no frisson dessa mutável dança,
nos despir da rotina inútil das horas.
E reinventar aquele sorriso desavisado de criança,
se enredar na teia que o imprevisível tece
pra nos guiar nos labirintos das linhas desgarradas!
Pra acompanhar minha vigília,
ResponderExcluirUma menina me silencia e puxa-me o braço;
E pra acompanhar meus impulsos
Ela me mostra rios, que pairam o tempo e quebram o ritmo.
- As coisas não vão; eu sou delas, de algum jeito, como ar
E como ar, me trocam ventos
Que sopram o sono do menino à margem do rio: descanso.
Do outro lado, uma pipa; do outro mundo, uma esquiva
Do outro lenço, uma lágrima; nos pés ingênuos, um caco de vidro.
O menino acorda e chama a menina;
E eu lembro de que preciso... não precisar de mais nada.
O rio cura as feridas do sonho, porque tenho tempo.
Valeu, Rodrigo! Obrigado pela visita e pelo veludo do seu poema, tecido com maestria, manufatura de letras finas, produto essencial que nos salva da mesmice. Abraço!
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